Santa Maria

Com UTIs lotadas, hospitais buscam alternativas para alta demanda em internações

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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)/

O Rio Grande do Sul vive um momento crítico de aumento expressivo no número de casos de Covid-19, o que tem contribuído para a elevação das taxas de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) tanto da rede pública, quanto da privada. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o índice de hospitalizações em UTIs tem se mantido acima dos 80%, mesmo com os mais de 1 mil leitos abertos no Estado desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março.

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Com isso, a capacidade de ampliação de leitos no Rio Grande do Sul já está chegando ao seu limite, segundo a própria SES. Em Santa Maria, os números se aproximam de 90%, incluindo leitos de UTI voltados a pacientes com confirmação ou suspeita de Covid-19 e leitos de UTI não Covid, para outras especialidades.

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Até o começo da tarde desta terça-feira, o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) estava com os 15 leitos de UTI Covid ocupados: 12 pacientes com diagnóstico confirmado e outros três com a suspeita da doença.

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- Mesmo com toda essa dificuldade, Santa Maria vem se esforçando e conseguindo atender a demanda da cidade e da região. Mas tem uma pressão muito grande para encaminhar pacientes de outras regiões, e o que poderá acontecer nos próximos dias, se não tivermos o cuidado de gerenciar os leitos locais para os pacientes daqui, é receber de outras regiões e acabar não tendo leitos para pacientes locais. Então, Santa Maria ou municípios da região teriam que contratar serviço de transporte de UTI móvel para levar esses pacientes para outros locais - avalia a gerente de Atenção à Saúde do Husm, Soeli Guerra.

Ao todo, o hospital possui 29 leitos de UTI adulto. Conforme o painel da SES, que monitora a situação dos leitos em todo o Estado, até as 17h desta terça, 25 dos 29 leitos estavam ocupados, ou seja, a taxa de ocupação era de 86,2%.

De acordo com a SES, o acesso de pacientes aos leitos de UTI ocorre através da Regulação Estadual quando se trata de pacientes internados em outros hospitais. Por isso, é fundamental que os leitos de UTI vagos sejam disponibilizados à Central Estadual, que tem a visão macro e consegue realizar a logística de encaminhamento dos pacientes entre os hospitais. Na impossibilidade de acesso a leitos dentro da região de saúde ou dentro da macrorregião, a regulação estadual tem autonomia para regular e transferir os pacientes entre macrorregiões.

No Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo, o índice estava em 100%. Conforme o diretor técnico da instituição, o médico Luiz Gustavo Thomé, até o final da manhã de terça, todos os leitos estavam ocupados. Em busca de uma solução a curto prazo, o Caridade se reuniu com a direção de outros hospitais para remanejar os pacientes que tratam outras doenças ou que já se recuperaram do coronavírus mas precisam de cuidados intensivos.  

- Conversamos com o Hospital São Francisco, que nos deixou cinco leitos à disposição, e conseguimos fazer essa transferência no final da manhã. Isso nos dá uma folga para poder remanejar internamente. Conversamos também com os hospitais da Brigada Militar, do Exército e da Unimed, e aguardamos um retorno - alerta Thomé.

CAPACIDADE HOSPITALAR 
Mesmo com a possibilidade de ampliação de leitos, há a preocupação com a capacidade física e pessoal na rede hospitalar da cidade.  

- A situação é bem complicada, porque não conseguimos ver uma perspectiva a curto prazo para resolver o problema. Podemos fazer quartos, abrir mais alguns leitos, mas não temos mais pessoal. Vamos ver se conseguimos alguns funcionários de outros setores, mas tem que ser tudo bem calculado. A situação é complicada, porque não vemos uma perspectiva a curto prazo para resolver esse problema. Estamos vendo com outros hospitais para fazer o remanejamento, mas o atendimento 24 horas está muito alto. Na segunda-feira atendemos mais de 100 pacientes no plantão - comenta o diretor técnico do Caridade.

Diante de um possível colapso na rede hospitalar no município e região, o pedido é para que as pessoas se conscientizem e fiquem em casa.

- A situação é bastante preocupante e depende das pessoas, da comunidade. Precisamos que a população tome consciência e fique em casa, saia o mínimo necessário e tome os cuidados que viemos repetindo. As pessoas estão cansadas, mas o vírus não.

HOSPITAL REGIONAL
Em meio ao alerta, uma das alternativas foi anunciada na semana passada, com o vislumbre da abertura de mais 10 novos leitos de UTI Covid. Nesta terça, a secretária estadual de saúde Arita Bergmann afirmou que a abertura desses leitos deve ocorrer a partir do dia 17 deste mês. Nas últimas duas semanas, a taxa de ocupação no Regional tem se mantido entre 90% e 100%.

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